Como se sabe, a política externa não é ditada por sentimentos – pelo que é irrelevante considerá‑la generosa ou cínica –, é suposta defender o interesse nacional, que não deixa de o ser por estar articulado com o de um agrupamento de países. Apenas é desejável que seja realista. A diplomacia pública, depois, encarrega‑se de a adornar com boas intenções. Estas são, o mais das vezes, um reflexo do debate político interno e querem‑se compatíveis com as escolhas da maioria dos cidadãos ou de um grupo que domine legitimamente, de forma tão democrática quanto possível.

Fora da sua concepção deverão ficar causas subjectivas como os sentimentos de natureza pessoal (raivas, ódios, vinganças, solidariedades ou nostalgias), as manifestações excessivas das culturas nacionais ou regionais, ou os sinais espúrios do chamado inconsciente colectivo. A definição da melhor geopolítica e geoestratégia possíveis num momento concreto é um exercício incontornável para os grandes e para os pequenos países, para as potências mundiais ou regionais. A RPC tem uma particular responsabilidade, agora que atingiu o nível de intervenção internacional que a sua história, demografia e riqueza justificam.

10 Ediçao Digital
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