Perante o inevitável desaparecimento gradual de sobreviventes que possam testemunhar a dimensão do horror que foi o Holocausto e consciente do crescente desconhecimento, por parte da juventude nascida anos após o fim da IIª Guerra Mundial, deste facto tão negro da História da Humanidade e da Europa, em 1988 o Primeiro-ministro da Suécia,  Goran Persson toma a iniciativa – à qual se juntam o PM britânico, Tony Blair e o Presidente americano, Bill Clinton – de lançar as bases para a criação de uma pequena organização com a finalidade de preservar e divulgar a memória do Holocausto, assim como incentivar a sua investigação académica e o seu ensino. A este grupo foi dado o nome de Task Force for International Cooperation on Holocaust Education, Remembrance, and Researche (ITF).

 

Ihra meeting

 

Constituição

Aos três países fundadores da Organização – que, desde o seu início, envolveu representantes governamentais, especialistas, académicos e educadores – outros se foram rapidamente juntando (Israel, Alemanha, França, Polónia,…). O número de países  foi crescendo, e hoje com o nome de IHRA – International Holocaust Remembrance Alliance (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto), conta com 32 Estados Membros, 2 Estados com o estatuto temporário de Países de Ligação e 8 Estados Observadores, assim como com 8 Parceiros Internacionais Permanentes (organizações intergovernamentais com quem colabora e que participam das suas reuniões plenárias com um estatuto semelhante ao dos Observadores).

Em 2000 tem lugar o Fórum Internacional de Estocolmo com a participação de representantes governamentais de 46 Estados, no qual é aprovado o seu primeiro documento público, a “Declaração de Estocolmo”, de que Portugal é signatário original e que elenca um conjunto de princípios e de objetivos a que os Estados signatários se comprometem.

Funcionamento

A IHRA tem quatro grupos de trabalho estruturantes (GT Educação, GT Académico, GT Memoriais e Museus e GT Comunicação) e diversos grupos temáticos e/ou transversais. A participação nos diversos grupos é normalmente feita ao nível de perito, ao representante governamental cabendo a coordenação da delegação e a representação do país na Reunião Plenária. O Secretariado Permanente (dirigido pela Secretária Executiva) é constituído por um reduzido quadro de pessoal e, desde 2008, encontra-se sediado em Berlim. A Presidência da Organização, exercida por um Estado Membro, é anual e rotativa, de base voluntária, e tem vindo a ser seguida a prática de duas reuniões plenárias sob cada Presidência, realizadas tendencialmente em cidades diferentes do país que a exerce.

Atividade

Ao longo da sua existência, a IHRA tem aprovado um conjunto de importantes documentos (“Declaração de Estocolmo, diretrizes para o Ensino do Holocausto, sobre o Holocausto e outros Genocídios, sobre o Uso da Redes Sociais, a Carta Internacional para Museus e Memoriais, a Definição de Trabalho de Negação do Holocausto e sua Distorção, a Definição de Trabalho de Antissemitismo), tem organizado, coorganizado ou patrocinado uma série de conferências e encontros internacionais (sobre os chamados Killing Sites, sobre o genocídio dos Roma, sobre Refugiados, sobre os Países Neutros na IIª Guerra Mundial) de que resultaram um conjunto de publicações académicas.

Portugal e a IHRA

Signatário original da “Declaração de Estocolmo”, Portugal foi admitido como Observador em Julho de 2009. Em Outubro de 2018, Portugal apresenta a sua candidatura a País de Ligação e submete o seu Baseline Study assumindo este novo estatuto em 29 de Novembro do mesmo ano, na Reunião Plenária de Ferrara.   

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