Batalha Reis chegou à Rússia em 1912 para representar Portugal nas comemorações dos 300 anos da dinastia Romanoff. Acontecimentos fortuitos e o deflagrar da I Guerra Mundial levariam a que por ali ficasse durante mais de seis anos, sendo entretanto nomeado chefe da Legação de Portugal em Petrogrado. Na altura, tinha já mais de duas décadas de experiência diplomática em diversos postos, o que certamente o ajudou a navegar os anos tumultuosos do fim da monarquia, os Governos provisórios e a revolução de outubro de 1917.

Cem anos depois, aos olhos de um diplomata, estas comunicações de Batalha Reis revelam um testemunho atento dos meandros de um acontecimento ímpar que se desenrola perante uma comunidade diplomática que aparentemente sempre manteve unida, em permanentes coordenações, sobrevivendo num ambiente pouco acolhedor e obedecendo em primeiro lugar às instruções para permanecer em São Petersburgo “enquanto na Rússia existisse qualquer elemento de resistência contra a ação alemã, ou qualquer possibilidade de produzir ou provocar uma tal resistência”.



José Freitas Ferraz, Diretor do Instituto Diplomático, Dos Romanov a Lenine – Relatório de Jaime Batalha Reis sobre a sua saída da Rússia em 1918 (no prelo).

 

 
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